Os meios propostos em uma carta natal vai decidir o trajeto daquela alma, que antes nem se quer estava dentro do plano do tempo, temporal, em constante mudança o tempo todo. Lidar com a energia de nossa carta natal é o fado que pagamos por vivenciar e experienciar tudo que pode ser proposto estando dentro de um corpo denso, feito de carne e osso, constantemente crescendo e envelhecendo. Nascemos em um determinado tempo, que marcou determinadas posições planetárias e tudo para nós irá girar em torno daquela carta natal que marcou essas posições, o tempo experienciado será aquele que está proposto.
Nos perguntamos constantemente; por que estou fazendo isso de novo? Por que estou querendo aquilo? Por que estou sentindo vontade de fazer isso? Por que não consigo parar de pensar sobre isso? Por que não consigo evitar de sentir isso? São perguntas que possuem respostas muitas vezes contraditórias. Mas são elas que nos fazem questionar nossos atos e até a nós mesmos. Elas são resultado desse conflito que a alma vai possuindo ao longo da experiência. Quem realmente somos nós, ou como lidamos com o que sentimos muda a todo momento, seja interior ou no exterior. Estar vivo é uma graça divina. Nos questionarmos sempre qual é a melhor forma de nos conhecermos e conhecermos o nosso fado. Tudo isso é de graça e nós estudamos a vida por estar vivo, isso é gratuito. É somente para isso que estamos aqui. Não levamos nada ao mesmo tempo que levamos tanto e passamos tão pouco tempo aqui depois que nos colocamos para fora do ventre. A palavra graça provém também de grátis derivado do latin gratiis (pelas graças, gratuitamente). A palavra graça é um conceito teológico enraizado no judaísmo e no cristianismo, definido como um dom gratuito e sobrenatural dado por deus.
Todos que estudam astrologia já perceberam que as coisas possuem um tempo determinado pelos trânsitos planetários na vida e na carta natal de cada um. Existe um tempo diferente para cada experiência, assim como existe um tempo diferente para cada trânsito de cada planeta. Os trânsitos determinam tempos favoráveis para vivenciar o que foi proposto pela alma e que tenha correlação com aquele posicionamento. Mas o que se tira da experiência é o principal motivo de toda sistemática. Como nos damos conta do real significado de estarmos vivo é o grande objetivo do grande arquiteto e principal motivo pelo qual ele nos deu o livre arbítrio da escolha e da vida.
No final o que conta é sempre a experiência. Todos os dias milhares de pessoas morrem para que outras nasçam, de novo e de novo e de novo. Nossos corpos são sentenciados a se deteriorarem, seguimos o fluxo da roda da fortuna. E nossas experiências são sentenciadas pelas Moiras (ou Parcas) que são responsáveis pelos cortes - Cloto mede o fio da vida, Láquesis tece o fio, e Átropos o-corta. Na mitologia grega, elas eram as responsáveis por determinar o destino dos humanos.
Achamos terrível a ideia de deixarmos esse plano, e isso de fato me parece bem lógico, já que não lembramos de como vivíamos, ou do que era a vida antes de nos formarmos o que nos formamos já dentro de ventre até os dia de hoje. Mesmo convivendo com tantas mortes constantes diárias, impactantes, é inevitável querer controlar a emoção que sentimos ao pensar a respeito de como a vida vai seguir sem a nossa presença, quando nós, protagonistas da vida de nós mesmos, desaparecermos. Vamos entrar na caverna das Moiras mostrada na carta do tarot, longe de onde a vida acontece, para nos sujeitarmos as voltas cíclicas que faz a vida girar e acontecer, carma após carma, dharma após dharma. Todo esse trabalho é feito de maneira oculta e muito sucinta. Como e de que maneira a vida age, acontece e sucede. Existe um tempo determinado para cada um de nós, que não pode ser quebrado. Não há maneiras de tentar retardar ou avançar as experiências. Tudo a nossa volta contribui para o momento certo de cada um de nós. É incrível perceber as mudanças e acompanhá-las em seu seguimento planetário, tudo que faz a roda girar. A roda sempre foi uma referencia ao movimento circular do qual tudo está acometido, desde o sistema solar planetário em torno do sol como também cada planeta em torno de si mesmo. E assim somos nós vivenciando ciclos planetários e interpessoais que vão e voltam. Seguimos o fluxo que nos é proposto e que nos levam ao livre arbítrio. O que está proposto são os processos do qual somos acometidos, mas a forma como vamos lidar e como vamos formar o trajeto que vamos percorrer é responsabilidade inteiramente de nós enquanto seres humanos. E tudo isso aos poucos vai se integrando àquilo que construímos durante anos e anos de vida experienciado por nossa psique.